A "Canalização" das Empresas
Em uma conversa recente com David Vélez, uma frase me chamou atenção: “O Nubank é um canal de vendas com 110 milhões de clientes.” Dias depois, Diego Barreto me disse algo parecido sobre o iFood: “Somos um canal com 70 milhões de clientes.”
Para completar, vi que o Itaú foi o maior canal de vendas da Apple no Brasil em 2024. O que esses três exemplos têm em comum? Eles revelam um movimento silencioso — e poderoso — que está transformando a lógica dos negócios digitais: a canalização das empresas.
Empresas que nasceram digitais têm uma vantagem competitiva brutal. Elas estão conectadas com milhões de clientes todos os dias, em tempo real, com dados comportamentais riquíssimos e uma relação direta via aplicativos. Sabem quem comprou, quando, quanto gastou, qual o perfil, onde está. Sabem, muitas vezes, antes mesmo da pessoa saber que vai comprar. Isso não é só dado. Isso é infraestrutura. É mídia com conversão embutida. É um canal com potencial para vender qualquer coisa.
De produto para canal: o shift silencioso
A maioria das empresas ainda olha para o próprio core — sua oferta principal — como o centro de tudo. Mas o que as empresas digitais estão descobrindo, muitas vezes sem perceber totalmente, é que o core é só o começo. O que parecia ser apenas um produto, na verdade, construiu um canal. E esse canal tem valor próprio, independente do produto original.
O Nubank nasceu como um cartão de crédito, mas se tornou uma tubulação direta para milhões de pessoas. O iFood nasceu como delivery, mas virou uma via de acesso para outros serviços. O Itaú nasceu como banco, mas já é um marketplace com um alcance de mídia que muitos veículos tradicionais não têm. Quando a base de clientes é grande, ativa e conectada, a empresa não é mais só o que ela entrega. É por onde ela pode entregar qualquer coisa.
Esse é o shift silencioso: a transformação de empresas de produto em empresas de canal. Sem mudar radicalmente o que fazem, mas mudando completamente o que podem oferecer.
Estamos entrando na era da canalização das empresas. Um período em que ter o cliente se torna mais valioso do que ter o produto. Em que a empresa não é só quem fabrica, mas também quem distribui. Quem controla o canal controla o jogo. Isso muda completamente a lógica de competição. Deixa de ser apenas uma disputa por produto ou preço e passa a ser uma disputa por acesso. Por fluxo. Por presença constante. Por contexto.
Esse movimento tem implicações profundas. A primeira é que o futuro das empresas será híbrido: parte produto, parte plataforma, parte canal. A segunda é que a atenção se transforma em um ativo estratégico — cada push notification vira uma loja, cada clique é uma transação potencial. E a terceira é que a competição se desloca: não importa só o que você vende, mas por onde você vende. O canal é o novo campo de batalha.
Nesse novo cenário, algumas perguntas precisam ser feitas. Sua empresa já entendeu o valor do canal que está construindo? Ou ainda está focada apenas no produto? Seu time pensa com cabeça de mídia ou ainda trata seu aplicativo como um simples catálogo? Você está canalizando a sua base de clientes ou continua tratando essas pessoas apenas como destino final e não como fluxo?
No mundo digital, quem detém a atenção, detém o canal. E quem detém o canal, pode vender qualquer coisa. A canalização das empresas não é mais uma hipótese. É um processo em curso. Um movimento que vai moldar os próximos gigantes. O produto pode ser o mesmo. Mas quem controla o fluxo, controla o futuro.
Apesar do tema ser interessante, o texto está repetitivo e prolixo. Depois de escrever passe pelo chat GPT para deixa-lo mais objetivo.