DeepSeek nos BYD, AirPods com Câmera, Golfo da América, Bilhões Quânticos e Mais Dinheiro pra IA
Tem muita coisa interessante na edição de hoje, de Entrelinhas.
Quarta-feira, 12 de fevereiro. Chegamos à metade da semana e muita coisa ainda pode acontecer. Acompanhe o conteúdo que separei para a newsletter de hoje.
DeepSeek nos BYD
A BYD anunciou que integrará o DeepSeek em seus veículos elétricos. A startup chinesa, conhecida por seu modelo de IA de código aberto, desafia gigantes como a OpenAI no mercado de tecnologia. A data exata da integração não foi revelada.
Além disso, a BYD promete avançar na acessibilidade tecnológica. A empresa habilitará recursos avançados de direção autônoma, sem custo adicional, em quase todos os seus futuros modelos.
O sistema God’s Eye estará disponível em veículos a partir de 100.000 yuan (cerca de US$ 13.688). Modelos mais acessíveis, como o Seagull, também contarão com a tecnologia. A BYD busca democratizar inovações de alta performance.
As medidas colocam a BYD em confronto direto com Tesla e rivais domésticos. A estratégia é clara: dominar o mercado chinês com tecnologia avançada e preços competitivos. Será suficiente para desbancar Elon Musk em seu próprio jogo?
A vez da computação quântica
Google e SoftBank investiram US$ 230 milhões na empresa QuEra Computing. Esse aporte enorme acontece logo depois que o próprio Google afirmou ter resolvido uma equação complexa num tempo muito mais curto, usando computação quântica.
A tal equação do Google levaria 10 septilhões de anos para ser resolvida com os supercomputadores atuais. Porém, com o computador quântico, essa mesma equação foi resolvida em apenas 5 minutos.
Eu sei que ainda estamos tentando entender a “era da IA", mas a computação quântica está entrando cada vez mais nos holofotes. Além do Google, IBM e Microsoft têm feitos investimentos importantes nessa área.
Um dos fundadores da QuEra fez um apontamento importante: “o 'de repente’ do ChatGPT levou 35 anos para acontecer. A computação quântica está sendo desenvolvida a 43 anos. Estamos próximos do ‘de repente’ também”.
Vem muito dinheiro por aí
Meta, Google, Amazon e Microsoft vão investir, juntas, US$ 320 bilhões em inteligência artificial neste ano. Essa informação é oficial e veio apontada nos relatórios trimestrais divulgados pelas empresas, recentemente.
Em relação ao ano passado, é um crescimento de quase 40% nos investimentos nessa área. Esse dinheiro todo vai para a construção de data centers, compra de GPUs e expansão da infraestrutura de nuvem, para processar os algoritmos.
O investimento, por empresa, segue essa divisão: Amazon, US$ 100 bilhões; Microsoft, US$ 80 bilhões; Google, US$ 75 bilhões; e Meta, US$ 65 bilhões. É um volume impressionante, mas que assusta o mercado.
Depois do fenômeno DeepSeek, investidores e analistas ficaram preocupados com o volume de dinheiro gasto pelas empresas americanas para construir seus modelos de IA, já que os chineses supostamente fizeram isso gastando muito menos.
Mudou, mas não mudou
O Google prometeu que mudaria o nome do Golfo do México para Golfo da América nos seus sistemas de busca. De fato, houve uma alteração, mas foi diferente daquilo que a maioria das pessoas imaginava.
A mudança do nome do Golfo do México foi uma decisão tomada por Donald Trump através de um dos seus decretos presidenciais. Vale lembrar que Sundar Pichai, CEO do Google, estava presente durante a cerimônia de posse do presidente.
Naquele momento, todas as big techs tentaram fazer demonstrações de “agrado” ao novo presidente. Contudo, a mudança veio mais suave do que se imaginava. A impressão é que o Google mudou, mas sem querer mudar.
Como Donald Trump também disse que pretende anexar o Canadá e a Groenlândia, será que no futuro poderemos ver uma nova versão do mapa mundi no Google? Ou será que, logo mais, o encantamento das big techs com Trump esfria?
AirPods com câmera
A Apple está desenvolvendo AirPods com câmeras integradas, capazes de capturar o ambiente ao redor. Com o suporte de IA, o dispositivo fornecerá informações em tempo real sobre o que o usuário vê, apenas com um comando de voz.
A tecnologia, baseada no Visual Intelligence, funcionará como óculos de realidade aumentada. A ideia é trazer recursos inovadores, similares aos da Meta, mas em um formato compacto e sem a necessidade de telas.
Essa novidade deve chegar somente em 2027, na versão AirPods Pro 4. Até lá, a Apple continua investindo pesado em IA para ampliar a integração de seus dispositivos e explorar novas experiências.
Com esses novos AirPods, a Apple pode transformar a interação do usuário com o mundo físico. A grande questão é: será o fim dos limites entre o digital e o real? Esse formato será capaz de superar os óculos da Meta, por exemplo?
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Separei dois artigos que você pode gostar. Eles ajudam a compreender a disputa pela liderança da IA, seja no mercado interno dos EUA ou no contexto global.