Drones de Guerra, IA Médica, Energia Nuclear da Meta, TikTok Turbo e Cofrinhos em Batalha
Bom dia! Hoje é 4 de junho. Neste mesmo dia, em 1783, os irmãos Montgolfier fizeram o primeiro voo público de balão de ar quente. Dois séculos depois, o céu segue sendo palco de disputa — mas agora com drones, algoritmos e megacorporações energéticas.
Drones autônomos e o novo tabuleiro geopolítico
A guerra entre Rússia e Ucrânia virou uma vitrine do que será o conflito armado na era da IA. Drones equipados com sensores e modelos autônomos têm sido usados para reconhecimento, ataque e defesa. Eles custam menos, aprendem rápido e, diferentemente de soldados, não dormem.
O que se vê no campo de batalha é a fusão de guerra cibernética, autonomia algorítmica e poder aéreo. O “drone kamikaze” virou commodity militar. Enxames autônomos tornam obsoletos os velhos arsenais, e a disputa tecnológica se desloca do chão para o código — da infantaria para o software.
O impacto vai além da guerra. Segurança pública, vigilância urbana, logística e até operações de resgate serão redefinidas com essa tecnologia. Mas junto ao avanço vem o dilema: como regular máquinas que tomam decisões letais sem intervenção humana? Estamos diante da militarização da IA — e a linha entre inovação e perigo nunca foi tão fina.
Medicina sob disputa: IA supera médicos, e Brasil propõe “OAB da saúde”
Enquanto o MEC discute a criação de um exame nacional para médicos — nos moldes da OAB —, um dado surpreendente vem da tecnologia: IAs generativas já são mais precisas que os médicos em diagnósticos laboratoriais, segundo estudo recente.
O paradoxo é claro: o país tenta elevar o padrão de qualidade médica pelo caminho institucional, mas a revolução real está acontecendo na nuvem. A IA não só detecta doenças com mais rapidez, mas também reduz pedidos de exames desnecessários. O problema deixou de ser “se ela vai ajudar” — e passou a ser como vamos integrá-la à prática médica de forma ética, segura e eficaz.
Isso reabre uma discussão maior: o médico do futuro não será apenas o que decora protocolos — mas aquele que sabe trabalhar lado a lado com modelos preditivos, validar alertas da IA, filtrar o ruído digital e manter a humanidade no centro do cuidado. A medicina precisa de preparo técnico, sim — mas também de alfabetização digital.
Meta compra usina nuclear
A Meta fechou um acordo com a Constellation Energy para garantir energia contínua de uma usina nuclear no Ohio. Embora não tenha comprado a planta, o acordo garante à empresa o controle da geração de energia de base para seus data centers.
O recado é claro: a energia virou ativo estratégico da IA. Cada modelo treinado, cada resposta gerada e cada segundo de realidade virtual consomem recursos energéticos gigantescos. Não à toa, Google investe em solar, Microsoft em hidrogênio, e a Meta... em fissão nuclear.
O mais surpreendente é que esse movimento resgata uma fonte antes quase abandonada. A energia nuclear volta ao jogo como a única alternativa capaz de oferecer abundância limpa e constante para sustentar a infraestrutura da inteligência artificial em escala global.
Estamos entrando na era da “geopolítica da energia de IA”: quem controlar os megawatts, controlará os modelos. Big techs estão se tornando, discretamente, players energéticos. O que isso significa para regulação, competição e segurança nacional? É hora de debater com seriedade.
TikTok Shop desliga o turbo
Depois de meses oferecendo tráfego gratuito a vendedores mundo à fora — impulsionando produtos e negócios com o algoritmo generoso —, o TikTok Shop começa a reduzir o alcance orgânico. Agora, quem quer vender... precisa pagar.
Esse momento marca a transição da estratégia de aquisição para monetização. Primeiro o TikTok criou o hábito, acostumando vendedores a uma audiência barata e abundante. Agora, fecha a torneira e cobra pela atenção.
É a mesma curva que Google e Meta percorreram. O “almoço grátis” acabou. Pequenos vendedores sentirão o impacto imediato: crescimento mais difícil, margens menores, e a necessidade de dominar mídia paga — ou desaparecer da prateleira invisível.
Mais do que uma mudança de política, isso representa o fim da utopia da “democratização do comércio”. O jogo volta a ser de quem tem capital para escalar. E o algoritmo, mais uma vez, virou gatekeeper do mercado digital.
Nubank e Mercado Livre: a guerra dos cofrinhos é a guerra pelo controle do cotidiano
Na superfície, parece uma disputa por conta remunerada. Mas na essência, a batalha entre Nubank e Mercado Pago é por algo muito mais valioso: ser o aplicativo onde o dinheiro do cliente dorme.
Quando o usuário transfere seu salário para um desses apps, ele transfere mais que capital: transfere hábito. E quem controla o cofrinho digital passa a influenciar compras, crédito, investimentos, boletos, seguros. É a porta de entrada para o ecossistema.
Por isso, a guerra não é só por taxa. É por confiança, experiência, jornada. O “app bancário” virou app de vida. E no Brasil, onde 70% da população já usa algum serviço financeiro digital, essa disputa definirá o modelo vencedor para o futuro das finanças pessoais.