Hoje: Zuckerberg sem filtro, Faria Lima em risco, Tesla no "perde e ganha" e o fluxo do dinheiro.
E no final tem um palpite interessante sobre algo grande que pode estar nascendo.
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Sobrou para a Apple.
Mark Zuckerberg decidiu partir para o ataque. Durante a participação num podcast, ele disse que a Apple parou de inovar faz tempo e que sobrevive hoje dos sucessos do passado.
"A Apple não inventa nada de relevante há algum tempo", disse ele, completando que "Steve Jobs inventou o iPhone, e agora eles estão basicamente parados nisso, 20 anos depois".
A crítica - com cara de desabafo - do Zuck vem de uma mágoa antiga. Há algum tempo a Apple limitou a captura de dados dos aplicativos instalados nos seus telefones e isso fez a Meta perder um bom dinheiro.
Neste momento, onde ele está mais forte (a Meta está no topo da sua valorização), parece que chegou a hora de acertar as contas. E, neste caso, sobrou para Tim Cook e sua turma.
Ele aproveita para fazer essas críticas num momento em que a Apple enfrenta pressões tanto nos EUA quanto na Europa, sobre o monopólio no mercado de smartphones e suas práticas de autoproteção.
Parece que, de uma hora pra outra, o Mark Zuckerberg deixou de lado aquela figura pouco empolgante e bastante questionada, para se transformar no novo "Capitão América" e acertar as contas com o passado.
Vale lembrar que esse "Capitão América" tem lá seus superpoderes. Cerca de 43% da população global utiliza seus aplicativos. Nenhuma outra empresa - nem o Google - tem tamanho poder de influência.
200 mil empregos a menos nos bancos.
Segundo a Bloomberg, em 3 anos os bancos vão cortar mais de 200 mil empregos. Nesse número estão as vagas que serão cortadas e também vagas que deixarão de ser abertas. Tudo isso, adivinha, por conta da IA.
A maior parte dessas mudanças deve acontecer nas áreas de suporte, mas também deve avançar sobre funções de média complexidade. Obviamente tudo isso deve gerar um ganho maior para os bancos.
Segundo o estudo da Bloomberg, em 2027, os bancos que fizerem esses ajustes poderão lucrar, em média, 15% a mais. Segundo os diretores de tecnologia dos bancos, cerca de 3% da força de trabalho pode ser cortada.
Um exemplo de como isso pode acontecer é o case de IA do Nubank. A empresa precisava migrar sistemas complexos e essa atividade exigiria uma força de trabalho de 1 mil engenheiros de software, trabalhando por 18 meses.
Ao utilizar inteligência artificial no processo, a economia financeira e de tempo foi brutal. Em algumas áreas, tarefas que levariam meses para serem feitas foram realizadas em poucas semanas. O ganho de eficiência é brutal.
Tesla maior que a Audi.
A Tesla, de Elon Musk, entregou 1,8 milhão de carros aos seus clientes em 2024. Esse número é maior do que a Audi conseguiu fazer no mesmo período. Ou seja, pela primeira vez na história a Tesla superou a icônica marca alemã.
Contudo, essa notícia não foi muito boa nem para uma, nem para outra. As duas tiveram redução no número de veículos entregues, em comparação com o ano anterior. A Audi fez 12% menos, enquanto a Tesla entregou 3% menos.
Esse mercado de veículos está vivendo aquele “toma lá, dá cá”. A Tesla ganhou da Audi, mas perdeu da BYD. A montadora chinesa desbancou os americanos e foi capaz de vender mais carros em 2024. E isso traz uma questão importante.
A eletrificação das frotas globais tem mais chance de vir da China do que dos EUA. Lá no país asiático existem mais de 100 montadoras de carros elétricos. A BYD é só uma delas… então imagina o que vem por aí.
Eu estive por lá no final do ano passado e posso dizer que a coisa mais impressionante, nesse quesito, é o silêncio das ruas. Quase todo tipo de veículo já é elétrico, de motos a ônibus, passando por grande parte dos caminhões.
Siga o fluxo do dinheiro.
Uma das formas mais eficientes de descobrir de onde vem a próxima grande inovação é seguir o fluxo do dinheiro. Vou trazer alguns dados aqui, que você talvez até já tenha visto em algum lugar por aí…
1 a cada 3 dólares do dinheiro de venture capital no mundo foi direcionado para startups de inteligência artificial em 2024. Esse é um dado que o PitchBook apresentou recentemente, mostrando o apetite dos fundos.
Ao todo, foram US$ 135,1 bilhões de dólares aportados em startups de IA no ano passado, o que representa 35,7% de todo o dinheiro de capital de risco despejado no mercado no último ano.
Bom… esses dados são fatos. Mas como investiram os “grandes gurus” das big techs? Hoje eu trago um pouco dos investimentos que Jeff Bezos fez com sua fortuna pessoal, para além dos aportes feitos pela Amazon.
Ele investiu nessas empresas:
Tenstorrent, fabricante de chips.
Physical Intelligence Magnolia, de IA para robôs.
Perplexity, de buscas dom IA.
Outgo Swiss-Mile, fintechs com robôs IA.
Contextual.ai, com ferramentas de IA para empresas.
Skild.ai, de IA para robôs.
Figure.ai, fabricante de robôs.
Ou seja, Jeff Bezos está investindo em 2 das tecnologias mais relevantes deste momento: inteligência artificial e robótica. Essas duas tecnologias, aliás, devem convergir e criar ainda mais oportunidades num futuro próximo.
Pra terminar: corre o boato que um super aplicativo brasileiro pode estar nascendo… delivery de comida, venda de pacotes aéreos, desapega… se é verdade ou não o tempo vai dizer. E se acontecer, tem tudo pra dar certo.
Grande abraço,
Junior Borneli