Não Seja Pego de Surpresa
Você já reparou como as mudanças mais impactantes raramente acontecem de forma repentina? Elas parecem explodir do nada… mas, na verdade, já estavam sinalizando sua chegada há muito tempo.
Toda transformação profunda começa com sussurros. Pequenos sinais. Tendências discretas que, num primeiro momento, só os mais atentos conseguem enxergar. O problema é que a maioria das pessoas — e das empresas — só se dá conta do novo quando ele já é inevitável. E aí, a surpresa cobra um preço alto: desorganização, perda de vantagem competitiva, decisões apressadas e, em muitos casos, irrelevância.
O custo de não perceber o que vem aí é exponencial
Se você enxerga cedo, você tem margem para testar, adaptar, errar pequeno. Você tem tempo. Agora, se você é pego de surpresa, a transformação vira emergência. E agir sob emergência é quase sempre mais caro, mais doloroso e mais arriscado.
Veja o que está acontecendo com a inteligência artificial, por exemplo. Ela não apareceu de um dia para o outro. Mas muita gente ainda está tentando entender “se vai pegar mesmo”. Enquanto isso, outras pessoas já estão contratando agentes autônomos, otimizando decisões com IA, criando empresas inteiras com meia dúzia de algoritmos. A diferença de timing entre esses dois grupos será determinante para quem lidera e quem corre atrás.
Capturar sinais é uma habilidade estratégica
Ela exige observação, escuta ativa e curiosidade. Exige ir além da superfície, prestar atenção no que ainda é pequeno, mas tem potencial de crescer. Sinais não gritam — eles sussurram. E só os que treinam os ouvidos conseguem escutá-los.
Mais do que isso: exige coragem para agir quando ainda é cedo demais para a maioria. Porque identificar uma tendência antes dos outros também significa assumir riscos antes que ela seja "segura". Mas é aí que mora a vantagem: enquanto todos esperam certezas, você constrói cenários.
Não confunda ausência de ruído com ausência de movimento
Por trás das cortinas do mercado, há mudanças silenciosas acontecendo todos os dias. Tecnologias evoluem, comportamentos mudam, novas gerações chegam com novas expectativas. Se você só se movimenta quando o barulho é alto demais para ignorar, já é tarde. O novo já virou regra — e você ficou preso às exceções.
Portanto, a pergunta não é “o que está acontecendo?”, mas sim: “O que está começando a acontecer?” Quem olha para o futuro precisa afiar o radar. Precisamos parar de agir como se a disrupção fosse um terremoto e começar a entendê-la como um processo de erosão: lenta, constante, inevitável — e invisível para quem não está atento.
Conversei hoje sobre isso com um gestor aqui da empresa. As ‘grandes ideias’ que temos para o negócio são, na verdade, a soma de todos os erros cometidos, problemas enfrentados, feedbacks negativos de clientes recebidos, pequenos acertos, enfim… na analogia de que somente recebemos quando estamos prontos para ter, acredito que o ser humano está pronto para lidar com a máquina sem subjugar ou superestimar.