O Jornal de Hoje Embrulha o Peixe de Amanhã
A Transitoriedade das Inovações e o Encurtamento dos Ciclos.
A frase "o jornal de hoje embrulha o peixe de amanhã" simboliza a efemeridade da informação e da tecnologia. O que hoje parece essencial e inovador, em pouco tempo pode se tornar obsoleto, substituído por algo mais eficiente, mais acessível ou simplesmente mais alinhado com as necessidades e os hábitos de um novo tempo.
A inovação, por sua própria natureza, é um ciclo perpétuo de criação e substituição, impulsionado por avanços científicos, mudanças sociais, alterações de consumo e novas demandas econômicas.
A Revolução da Tecnologia e Sua Efemeridade
Ao longo da história, muitas inovações foram vistas como insubstituíveis, apenas para serem superadas pouco depois. O telégrafo revolucionou a comunicação à distância no século XIX, mas foi rapidamente suplantado pelo telefone, que por sua vez foi desafiado pelo rádio, depois pela televisão e, mais tarde, pela internet.
O fax foi um grande avanço nas comunicações empresariais (tenho lembranças incríveis do papel saindo do aparelho, sem jamais ter compreendido aquilo), mas hoje é um resquício do passado, substituído por e-mails e os aplicativos de mensagens instantâneas.
Os jornais impressos, que durante décadas foram a principal fonte de informação, passaram a enfrentar o desafio das notícias online e das redes sociais. O modelo tradicional de assinatura de jornais perdeu força, pois as pessoas agora consomem notícias em tempo real, por meio de plataformas digitais, muitas vezes sem custo.
O que antes era impresso e valorizado, hoje se torna rapidamente descartável, cumprindo funções secundárias, como embrulhar objetos, forrar prateleiras ou, mais triste ainda, como “sanitário pet”.
Da mesma forma, a evolução da computação seguiu esse ciclo de obsolescência programada. Computadores de grande porte deram lugar aos PCs pessoais, que foram sendo substituídos por laptops, tablets e smartphones.
A computação em nuvem eliminou a necessidade de armazenamento físico em larga escala, e agora a inteligência artificial promete reconfigurar a própria maneira como interagimos com a tecnologia.
O Ritmo Acelerado da Mudança
Se a velocidade das transformações sempre existiu, o século XXI a amplificou exponencialmente. A Lei de Moore, que prevê a duplicação da capacidade dos chips a cada dois anos, ilustra bem como a inovação se tornou mais veloz do que nunca. O que antes levava décadas para ser substituído, hoje se torna obsoleto em questão de meses.
Na década de 1990, os telefones fixos eram comuns em todas as residências; hoje, muitos já cresceram sem nunca ter usado um. Os smartphones evoluíram a ponto de substituir câmeras fotográficas, calculadoras, GPS e até mesmo computadores para diversas funções cotidianas.
Novas tecnologias, como os assistentes de voz e a automação doméstica, estão reconfigurando hábitos e desafiando modelos de negócios estabelecidos. As novas gerações talvez nem conheçam um interruptor que acende lâmpadas.
No mundo corporativo, empresas que eram consideradas indestrutíveis se tornaram irrelevantes em questão de anos. A Blockbuster, que dominava o mercado de aluguel de filmes, ignorou a ascensão dos serviços digitais e foi rapidamente superada pela Netflix, que por sua vez precisou evoluir do modelo de DVDs para o streaming.
Hoje, a própria Netflix enfrenta desafios com a concorrência de novas plataformas e mudanças no comportamento dos consumidores, evidenciando que mesmo os disruptores de ontem podem se tornar os ultrapassados de amanhã.
Setores inteiros estão em mutação acelerada. A indústria automotiva, por exemplo, passa por uma revolução com os veículos elétricos e autônomos, colocando em xeque o modelo tradicional de motores a combustão.
O mercado financeiro vê o avanço das criptomoedas e do blockchain desafiando bancos e sistemas monetários convencionais. O mundo da educação passa por transformações profundas com o ensino a distância e o aprendizado baseado em inteligência artificial.
O Futuro das Inovações: O Que Virá Depois?
Se a história nos ensina algo, é que toda tecnologia tem um ciclo de vida. Os avanços na inteligência artificial estão mudando setores inteiros, substituindo empregos e criando novas formas de interação com máquinas.
A realidade aumentada e o metaverso podem redefinir a forma como trabalhamos, estudamos e nos entretemos. O que hoje parece inovador pode ser rapidamente superado.
Além disso, a ascensão da biotecnologia e da computação quântica promete uma nova fronteira para a humanidade. O avanço dos neurochips pode possibilitar a conexão direta entre cérebros humanos e computadores, abrindo caminho para novas formas de aprendizado e comunicação.
Impressão 3D de órgãos pode transformar completamente a medicina. E se há algo que podemos afirmar com certeza, é que as transformações continuarão em um ritmo cada vez mais intenso, onde a adaptabilidade será a principal habilidade.
A Morte das Tecnologias e a Evolução da Sociedade
A efemeridade das inovações não é motivo de pessimismo, mas sim um lembrete da constante evolução. O que é fundamental hoje pode ser irrelevante amanhã. É essencial estar atento às mudanças e disposto a se adaptar.
O jornal de hoje pode até embrulhar o peixe de amanhã, mas o conhecimento e a capacidade de evoluir continuarão sendo as maiores vantagens de quem acompanha os sinais do futuro.
A única certeza que temos é que a mudança é inevitável – e aqueles que souberem navegar por ela terão as melhores oportunidades no mundo que está por vir.
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