O Papo Reto do CEO do Duolingo
O CEO do Duolingo, Luis von Ahn, deixou um recado que todo CEO e líder de negócios deveria ouvir em alto e bom som: a era do "AI First" não é uma tendência — é uma exigência.
Assim como em 2012, quando apostou no "mobile first" e viu sua empresa se consolidar globalmente, agora ele faz um movimento ainda mais decisivo: colocar a inteligência artificial no centro de tudo. Não é apenas sobre redução de custos — é sobre velocidade, escala e a capacidade de construir o futuro em tempo real.
E não ficou só no discurso. Von Ahn estabeleceu diretrizes muito claras para o Duolingo:
Fim da contratação de humanos para tarefas repetitivas. O que puder ser automatizado, será automatizado.
Domínio de IA como requisito obrigatório. Quem quiser trabalhar no Duolingo precisa dominar IA — caso contrário, simplesmente não haverá espaço.
Avaliações de desempenho baseadas no uso real de IA. A performance humana será medida também pela capacidade de usar IA como extensão do trabalho.
Contratação de humanos apenas em última instância. Só será contratado quem provar, com evidências robustas, que a tarefa não pode ser feita por IA.
Adaptação obrigatória dos times ao conceito AI First. Todos passarão por processos de readequação.
A mensagem é clara: a prioridade é a competitividade e a perpetuidade da empresa. E essas duas coisas, daqui para frente, passam obrigatoriamente pela inteligência artificial.
Agora, a pergunta que todo CEO deveria se fazer é: quantos de vocês estão prontos para tomar decisões tão duras quanto essas?
Porque essa é a verdadeira questão. Não é apenas saber que a IA vai mudar tudo — todo mundo já sabe. A diferença está entre quem age agora e quem espera ser atropelado pela mudança.
A maioria das empresas ainda vive em um confortável "modo espera". Investem em IA como se fosse um departamento, não como uma nova espinha dorsal. Permitem que processos ultrapassados sobrevivam porque é desconfortável mudar. Mantêm estruturas humanas inchadas, mesmo sabendo que parte significativa do trabalho poderia — e deveria — ser automatizada.
A liderança do futuro não é sobre proteger zonas de conforto — é sobre construir relevância diante do inevitável. Ficar parado é suicídio estratégico.
Luis von Ahn está fazendo o que precisa ser feito: tomar decisões difíceis agora para que o Duolingo não se torne irrelevante amanhã. CEOs e líderes que hesitarem estarão, em breve, explicando para seus conselhos, acionistas e equipes por que perderam a corrida.
A verdadeira liderança não se mede na calmaria — se mede na coragem de agir quando a mudança exige sacrifícios. A pergunta final que fica é: você terá coragem de liderar ou apenas assistirá sua empresa ser ultrapassada?