OpenAI x Google, Apple na Índia, Robôs na UPS, Padrão DeepSeek e Legal Techs
Bom dia! Hoje é terça-feira, dia 29 de abril, penúltimo dia do mês. Ainda dá tempo de correr atrás daquele contratinho que garante a meta. Vamos lá!
Briga com o Google
A OpenAI lançou hoje uma nova função que leva a experiência de pesquisa de produtos a um outro nível. Agora, o ChatGPT também recomenda produtos, exibe imagens, preços atualizados, avaliações de usuários e links diretos para compra.
Você pode, por exemplo, perguntar: "Qual o melhor smartphone para fotografias até R$3.000?" — e receber respostas personalizadas, com direito a comparação de opções em tempo real. E o melhor: sem a influência dos links patrocinados.
Isso é mais uma afronta da OpenAI ao Google, que no último balanço reportou uma receita crescente na sua divisão de publicidade, que faz dinheiro justamente mostrando resultados de buscas a partir de links patrocinados.
Enquanto buscadores tradicionais ainda priorizam resultados pagos, o ChatGPT promete uma experiência muito mais transparente, baseada em dados e avaliações reais. Um novo passo na transformação da maneira como fazemos compras online.
Robôs na UPS
A UPS está em negociações com a startup Figure AI para integrar robôs humanoides em suas operações logísticas. A parceria visa automatizar tarefas repetitivas e melhorar a eficiência operacional.
A Figure AI, apoiada por investidores como Jeff Bezos, Nvidia e OpenAI, desenvolve robôs capazes de realizar atividades físicas complexas, como movimentação de pacotes e organização de armazéns.
O objetivo da UPS é buscar soluções inovadoras para enfrentar desafios como escassez de mão de obra e aumento de custos. Investir em robôs não é apenas “legal”, é questão de competitividade, devido à redução de custos operacionais.
Essa possível colaboração destaca a crescente adoção de robótica avançada no setor logístico, sinalizando uma transformação significativa na forma como as empresas gerenciam suas operações. Robôs já são realidade.
DeepSeek é o padrão
Durante o Web Summit Rio, Marcio Aguiar, diretor executivo da Nvidia para a América Latina, destacou o impacto da DeepSeek no mercado global. Segundo ele, a DeepSeek "veio para democratizar o uso de agentes de IA".
A chegada da DeepSeek provocou uma reação imediata nos mercados, levando a uma queda de US$ 600 bilhões no valor de mercado da Nvidia em um único dia. Para ele, a queda é mais um “susto” do que um problema real.
A DeepSeek é uma IA de código aberto, treinada com custo significativamente menor e menor demanda computacional. Seu modelo R1, por exemplo, foi treinado com apenas 2.048 GPUs. Isso é quase nada, comparado aos modelos americanos.
Ter modelos como o DeepSeek pode ser bom para a Nvidia. Apesar de usar chips menos avançados e em menor número, ele faz com que mais pessoas usem, por ser barato. E isso impulsiona a venda de chips. A escala vem de qualquer jeito.
A vez das Legal Techs
A Softplan, referência em soluções de tecnologia para o setor público e jurídico, anunciou a aquisição da Oystr, uma legal tech especializada em automação jurídica. E isso vai muito além de uma simples notícia, mostra uma tendência.
Veja só: a Sequoia, um dos maiores fundos de venture capital do mundo, voltou a fazer um aporte no Brasil depois de 12 anos. A última vez que o dinheiro deles chegou aqui, teve como destino o Nubank.
Agora, quem recebeu o dinheiro da Sequoia foi uma legal tech chamada Enter, que usa inteligência artificial para automatizar defesas jurídicas, reduzindo custos e aumentando a eficiência dos escritórios de advocacia.
O valor do aporte foi de US$ 5,5 milhões e chegou até aqui porque o Brasil é o país com mais advogados no mundo, são 1,3 milhão. E todo ano, surgem 15 milhões de novos processos judiciais. Haja IA pra tanto processo!
Caminho das Índias
A Apple está planejando importar a maior parte dos iPhones vendidos nos EUA diretamente da Índia até o final do próximo ano. Isso significa dobrar sua produção anual no país para mais de 80 milhões de unidades.
O movimento é mais um sinal claro da estratégia da Apple e de seus fornecedores para reduzir a dependência da China, em resposta aos riscos de tarifas e tensões geopolíticas. É muito risco concentrado no maior "inimigo” dos EUA.
A migração para a Índia não é apenas uma resposta a problemas políticos — é também uma reconfiguração da cadeia global de tecnologia, que pode influenciar toda a indústria nos próximos anos.
Eu já disse aqui (está no arquivo de Análises) e repito: a Índia é a China de 20 anos atrás. E, nas projeções de futuro, será uma economia tão grande quanto a dos EUA. Fique de olho no que acontece por lá.