Os Heróis da Geração Analógica-Digital
Eles nasceram rebobinando fitas cassete, decorando números de telefone e esperando semanas por uma carta. Cresceram sem Google, sem redes sociais, sem um mundo conectado por algoritmos.
Mas, ao contrário do que muitos imaginam, não ficaram para trás. Foram esses adultos de 40 e 50 anos que encararam — e sobreviveram — à maior transição tecnológica da história: da era analógica para o universo digital.
Essa é uma geração que se reinventou.
Aprenderam a usar e-mails quando ainda se imprimia tudo em papel. Dominavam planilhas quando computadores ainda eram escassos nas empresas. Testaram CDs, pendrives, nuvem e agora tentam entender os prompts da inteligência artificial. São os verdadeiros “early adopters involuntários”: não porque quiseram estar na vanguarda da tecnologia, mas porque precisaram se adaptar para continuar relevantes.
E conseguiram.
Hoje, são CEOs que lideram transformações digitais. Professores que passaram do giz para o tablet. Profissionais que aprenderam a programar depois dos 40, empreendedores que abriram e-commerces depois dos 50, médicos que aprenderam a lidar com prontuários digitais, e pais que criaram filhos entre os disquetes e o TikTok.
Mais do que adaptar-se, essa geração ensinou à próxima que mudança é inevitável — mas não impossível.
Celebrar para inspirar
Festejar essa geração é mais do que olhar com saudosismo para o passado. É reconhecer que o ser humano tem uma capacidade extraordinária de se transformar, mesmo quando a mudança não é confortável. Eles são a prova viva de que tecnologia não é só para os nativos digitais — e que resiliência digital é uma skill poderosa, mesmo para quem começou em máquinas de escrever.
E isso importa. Porque agora, em 2025, estamos diante de mais uma curva tecnológica tão profunda quanto a anterior: a transição da era digital para a era da inteligência artificial. Mais uma vez, ferramentas mudam, modelos de trabalho se transformam, competências evoluem. E agora é a geração atual que precisa se preparar para não ser atropelada por essa nova onda.
Olhar para os heróis da geração analógica-digital é também encontrar um mapa. Eles nos mostram que não é necessário saber tudo desde o início — mas é fundamental ter coragem para aprender. Eles provam que o importante não é onde você começa, mas o quanto você está disposto a seguir evoluindo.
Uma lição para quem está chegando agora
Se você tem 20 ou 30 anos hoje, talvez esteja se sentindo confortável no universo tech que domina. Mas o que vem por aí com a IA generativa, os agentes autônomos, os robôs com consciência simulada e o trabalho com algoritmos vai exigir de você o mesmo que foi exigido deles: desaprender, reaprender, resistir à tentação de parar no tempo.
Portanto, celebre a geração que atravessou o abismo. Não por nostalgia — mas por respeito. E como lembrete: a próxima travessia será sua.