Robotáxis na Ásia, Apple aposta em Terras Raras e Google em Hidrelétricas, Nvidia Retorna à China e IA Bancária no WhatsApp
Bom dia! Hoje é 16 de julho. Neste mesmo dia, em 1969, a NASA lançava a missão Apollo 11 rumo à Lua, iniciando a jornada que levaria o homem a pisar em solo lunar pela primeira vez. Naquela época, o futuro parecia estava nas estrelas. Hoje, ele também está nos chips, nos algoritmos e na energia que alimenta tudo isso.
Uber e Baidu se unem por robotáxis autônomos na Ásia e Oriente Médio
A Uber anunciou uma parceria com a chinesa Baidu para operar robotáxis em países da Ásia e do Oriente Médio. A união une a expertise em mobilidade da Uber à capacidade tecnológica da Baidu em veículos autônomos, incluindo sensores LIDAR e sistemas de navegação alimentados por IA.
Este movimento representa uma nova etapa na internacionalização dos robotáxis, que saem dos testes controlados e entram em regiões de alta densidade populacional. A parceria com uma gigante chinesa também marca uma inflexão geopolítica: empresas ocidentais estão buscando alianças tecnológicas fora do eixo EUA-Europa, principalmente frente às restrições de exportação de chips e IA.
Se funcionar, o modelo pode transformar a mobilidade urbana em megacidades como Dubai, Jacarta ou Mumbai. Mas os desafios regulatórios e culturais são enormes. Num mundo em que a confiança na IA ainda é frágil, o robotáxi precisará provar que é mais seguro que um humano — e mais barato que um motorista local.
Nvidia quer voltar à China com chips de IA sob nova licença
A Nvidia sinalizou que espera obter uma nova licença para vender seu chip H20, voltado à inteligência artificial, ao mercado chinês. O chip foi originalmente desenvolvido para atender às exigências de controle dos EUA, que restringem a exportação de tecnologia de ponta para a China, em meio à guerra tecnológica entre as duas potências.
Esse possível retorno representa uma tentativa de conciliação: manter o acesso a um mercado bilionário sem violar as diretrizes do governo americano. A China continua sendo o maior consumidor global de data centers, e não estar presente lá seria uma perda estratégica para qualquer fabricante de semicondutores.
Mas há uma tensão de fundo: o quanto os EUA estão dispostos a ceder na exportação de IA se isso significar manter empresas como Nvidia lucrando? E o quanto a China tolerará depender de tecnologia estrangeira? A resposta moldará não apenas o futuro dos chips, mas o próprio equilíbrio de poder na nova ordem digital.
Apple investe US$ 500 milhões em empresa americana de terras raras
A Apple anunciou um investimento de US$ 500 milhões na MP Materials, empresa americana especializada em terras raras e reciclagem de ímãs de neodímio, componente essencial em motores de iPhone, MacBooks, AirPods e até veículos elétricos. Com isso, a Apple busca garantir sua independência da cadeia de suprimentos chinesa, onde hoje está a maior parte da extração e refino desses minerais.
Este movimento tem dois impactos profundos. Primeiro, reforça o compromisso da Apple com cadeias de produção sustentáveis e locais, num cenário global de reindustrialização e políticas pró-EUA. Segundo, aponta para a crescente importância das terras raras como recurso estratégico, tão valioso quanto petróleo ou semicondutores.
Na prática, a Apple está fazendo geopolítica industrial: comprando resiliência e previsibilidade em um mundo instável. A tecnologia do futuro não depende apenas de código e design. Ela precisa de átomos raros que são difíceis de minerar, fáceis de monopolizar e críticos para qualquer inovação.
Google compra energia hidrelétrica em contrato de US$ 3 bilhões
O Google firmou um acordo de US$ 3 bilhões com a Brookfield para compra de energia hidrelétrica, garantindo fornecimento limpo e estável para seus data centers. A energia será usada para sustentar operações de IA, nuvem e armazenamento de dados, que consomem quantidades colossais de eletricidade.
O contrato revela o novo padrão energético da era digital: empresas de tecnologia estão se tornando grandes players no mercado de energia renovável, muitas vezes competindo com governos e indústrias tradicionais por acesso a fontes limpas. A IA não é apenas um desafio computacional — é um desafio energético.
A tendência é clara: quem controla a energia, controla a IA. E quem controla a IA, molda o comportamento social, econômico e político de bilhões de pessoas. A compra de energia se torna, portanto, uma estratégia geopolítica. E o Google, mais uma vez, joga xadrez em um tabuleiro que a maioria só enxerga parcialmente.
BIA do Bradesco agora faz Pix por WhatsApp com comando de voz
A BIA, assistente virtual do Bradesco, agora permite transferências via Pix com comandos de voz ou texto diretamente no WhatsApp. A integração usa inteligência artificial para interpretar solicitações do usuário, confirmar dados e executar pagamentos em tempo real — tudo dentro de uma interface já amplamente usada no Brasil.
Isso representa um salto na bancarização invisível, onde serviços financeiros deixam de ser acessados por apps tradicionais e passam a habitar plataformas de comunicação. O banco passa a “ouvir” o cliente, e responder, no mesmo ambiente onde ele fala com amigos e familiares. É a plataformização total dos serviços.
Comodidade, sim. Mas também novos riscos: golpes por engenharia social, falsificação de comandos e dependência de interfaces proprietárias como o WhatsApp. A IA bancária é uma promessa poderosa — mas exigirá alfabetização digital, segurança reforçada e atenção constante às fronteiras entre conveniência e vulnerabilidade.