SalesForce com IA, iFood Viagens, Meta Agressiva, Microsoft x Escritores, Nvidia em 4 bilhões
Bom dia! Hoje é sexta-feira, dia 27 de junho. Nesse mesmo dia, lá em 1972, foi fundada a Atari. Foi lá que Steve Jobs conseguiu seu primeiro emprego. Ele trabalhou como técnico noturno e montava placas eletrônicas dos jogos.
Metade do trabalho
A Salesforce deu um passo ousado: hoje, de 30% a 50% do trabalho interno já é feito por inteligência artificial, segundo o CEO Marc Benioff. A empresa usa um sistema chamado Agentforce, que atua desde a escrita de códigos até o atendimento ao cliente. A eficiência dos algoritmos já supera 90% em tarefas simples.
Com essa automação acelerada, a Salesforce reduziu drasticamente novas contratações, principalmente em engenharia e suporte. Em vez de crescer o time, a estratégia tem sido reorganizar internamente. Cerca de 500 funcionários foram realocados para funções ligadas a dados e IA.
A substituição já começou. A diferença é que ela está sendo silenciosa e gradual — mudando o escopo dos cargos, sem grandes cortes diretos. O trabalho humano está sendo moldado para novas funções.
Essa transformação acende o alerta: estamos entrando em uma era onde o algoritmo assume funções antes consideradas exclusivamente humanas. A Salesforce é só o começo. O futuro do trabalho já não é mais uma hipótese — é código em produção.
Eu já falei sobre isso…
O iFood, sob o comando da Prosus, está testando um super‑app que vai muito além de comida: já oferece supermercado, farmácia, pet shop e, em testes, até passagens aéreas via integração com a Decolar. A proposta é criar um ecossistema completo, conectando hábitos e preferências em uma única experiência digital.
Essa evolução é possível graças à fusão de dados do iFood, Decolar, OLX e Sympla – agora compartilhados para oferecer ofertas segmentadas, como cashback em viagens dentro do próprio app. A Prosus espera tirar vantagem das sinergias entre plataformas.
Além disso, a parceria com a Uber permite que os usuários do iFood reservem corridas diretamente no app, reforçando ainda mais a centralização de serviços essenciais num único lugar. O objetivo é aumentar o tempo de engajamento dos usuários e dinamizar o uso da plataforma em diferentes momentos do dia.
Estamos diante de uma transformação importante: o iFood segue se consolidando como ponto único de acesso a alimentação, mobilidade e viagens. O super‑app deixa de ser futuro distante para se tornar realidade testada, mostrando como a integração de dados e serviços modificará o consumo digital no Brasil.
Meta vai pra cima
A corrida por talentos de IA de alto nível está alcançando um novo patamar. Nesta quinta‑feira, a Meta anunciou a contratação de Trapit Bansal, um dos principais pesquisadores da OpenAI, reconhecido por ter contribuído para o modelo de raciocínio o1.
Essa contratação faz parte de uma estratégia agressiva de Zuckerberg, que oferece pacotes de até US$ 100 milhões para atrair especialistas top de linha. Nos últimos dias, três outros pesquisadores da OpenAI — Lucas Beyer, Alexander Kolesnikov e Xiaohua Zhai — também migraram para a equipe de “superinteligência” da Meta.
Essas aquisições contrastam com os esforços anteriores de Meta para adquirir startups como Safe Superintelligence e Thinking Machines, que ainda não se concretizaram. A mesa virou: agora a disputa é por cérebros em vez de ideias prontas.
Microsoft x Escritores
O grupo de escritores liderado por nomes como Kai Bird, Jia Tolentino e Daniel Okrent entrou com uma ação na Justiça dos EUA contra a Microsoft, acusando a empresa de usar cerca de 200 mil obras digitais piratas para treinar o modelo de IA Megatron.
A principal demanda dos autores inclui a suspensão imediata do uso dessas obras e indenizações que podem chegar a US$ 150 mil por cada título utilizado indevidamente. Eles alegam que o algoritmo hoje reproduz “sintaxe, voz e temas” originais das obras, comprometendo direitos autorais.
A Microsoft, por sua vez, segue defendendo que o uso de material protegido se enquadra no “fair use”, necessário ao avanço da IA — argumento que já foi discutido em um caso recente contra a Anthropic, com decisões divididas sobre o tema.
Esse embate representa um novo capítulo na batalha legal envolvendo grandes empresas de tecnologia e criadores de conteúdo, sobre os limites da coleta de dados autorais para treinar sistemas de IA . A decisão deste caso pode criar precedente crucial para o setor.
Nvidia chega nos US$ 4 trilhões?
Nenhuma empresa chegou tão perto de valer US$ 4 trilhões quanto a NVIDIA. Neste momento a companhia é a empresa mais valiosa do mundo e vale quase US$ 1 trilhão a mais do que a Apple.
Apesar desse valor astronômico, vale lembrar o quanto o valuation da companhia flutuou nos últimos seis meses. Foi um "sobe e desce" que chegou ao mínimo de US$ 2,5 trilhões e agora ao topo, de US$ 3,8 trilhões.
Mesmo que uma ou outra empresa de IA surpreenda, criando modelos mais leves e menos custosos para serem treinados, por trás de tudo haverá uma GPU da NVIDIA. Não há nada melhor no mercado, por enquanto.
E como não existe um futuro previsível onde o uso de IA seja menor do que é hoje, tudo leva a crer que a NVIDIA continuará sendo muito relevante. Ninguém sabe dizer o quanto ainda vai se valorizar, mas é provável que vá.