WhatsApp Monetizando, Desconfiança ao Dólar, Militarização da Tecnologia e uma Nova Internet
Bom dia! Hoje é 17 de junho. Neste mesmo dia, em 1885, nascia Anna Mary Robertson “Grandma” Moses — uma artista americana que, aos 76 anos, começou a pintar e se tornou ícone da arte popular. Um exemplo de que reinventar-se pode acontecer em qualquer fase da vida — principalmente no universo acelerado da tecnologia.
WhatsApp terá anúncios e canais pagos
O WhatsApp vai passar a exibir anúncios em sua aba de "Status" (equivalente ao Stories) e permitirá que criadores cobrem pelo acesso a conteúdos em canais de comunicação unilaterais. O modelo é inspirado no Telegram e em plataformas asiáticas como o WeChat — onde mensageria, pagamento e conteúdo coexistem.
Mas essa atualização carrega algo maior: o início da monetização massiva do WhatsApp e sua transformação em plataforma de negócios. Em regiões como América Latina, Sudeste Asiático e África, onde o app é dominante, o impacto será enorme.
Para o usuário, a plataforma deixará de ser apenas um canal de conversa e se tornará um ambiente de consumo, informação e... publicidade. Isso muda o design das interações sociais. E também coloca o WhatsApp como um concorrente direto de TikTok, Instagram e até de plataformas de mídia tradicional.
No centro da discussão, surge um dilema ético: o quanto estamos dispostos a abrir nossos ambientes privados para modelos de monetização baseados em atenção?
O enfraquecimento silencioso da hegemonia americana
Três movimentos simultâneos mostram que a supremacia do dólar como moeda global está começando a mostrar rachaduras:
Exportadores de commodities estão preferindo receber em moedas locais ou alternativas ao dólar, segundo executivos de bancos americanos.
A demanda estrangeira por títulos do Tesouro dos EUA, tradicional porto seguro, está em queda, o que pressiona os custos de financiamento da maior economia do mundo.
Pela primeira vez na história, ETFs ativos superaram os passivos em número, sinalizando que os investidores estão buscando estratégias mais defensivas e sofisticadas — talvez antevendo turbulências.
A análise de fundo é geopolítica: em um mundo multipolar, com novas potências emergindo (China, Índia, blocos como BRICS), a dependência de uma única moeda não parece mais uma aposta segura. Além disso, o uso geopolítico do dólar como arma (sanções, controle de fluxos) estimula a busca por alternativas — como o ouro, o yuan digital... ou o Bitcoin.
A desdolarização não será brusca. Mas será progressiva. E ela afetará tudo: de como financiamos dívida pública a como precificamos ativos digitais e commodities.
O Vale do Silício agora é estratégia militar
A Marinha norte-americana anunciou que está abrindo as portas para startups e empresas emergentes de tecnologia, com programas de aceleração e incentivo à inovação. A mensagem é clara: as próximas guerras não serão vencidas por tanques, mas por chips e linhas de código.
Essa integração é parte de um movimento maior, onde fronteiras entre empresas civis e instituições militares estão se dissolvendo. A inteligência artificial, a robótica e os sistemas autônomos tornaram-se ferramentas geopolíticas, e a corrida por supremacia não será travada apenas por governos — mas por quem controla a infraestrutura algorítmica.
O risco: militarizar ainda mais o ecossistema tecnológico, transformando hubs de inovação em braços operacionais da defesa. A oportunidade: criar soluções que, embora nasçam para segurança, gerem avanços para o uso civil (como ocorreu com a internet, o GPS, os semicondutores).
Andrena: em 36h, US$ 10 milhões para turbinar a internet local com IA
Fundada por ex-funcionários da SpaceX, a startup Andrena levantou US$ 10 milhões em apenas 36 horas. O plano? Criar uma rede de internet hiperlocal, baseada em IA, que otimize sinal, consumo e cobertura com base no uso real em tempo real.
A ideia é simples e poderosa: descentralizar a internet para torná-la mais inteligente, responsiva e personalizada — tudo isso operando em escala de bairro. Em tempos de saturação das big techs, essa abordagem promete mais eficiência, mais velocidade e menor custo.
Se bem-sucedida, a Andrena inaugura um novo modelo de infraestrutura digital: do macro para o micro, do genérico para o contextual. Uma verdadeira “inteligência de rede”.