A Extinção de Empregos Já Começou
A Microsoft anunciou uma nova rodada de demissões que afetará 9 mil pessoas — um corte de 4% na força de trabalho global da empresa. Em maio, já haviam sido eliminadas outras 6 mil posições. Os desligamentos não estão concentrados em um setor específico. São generalizados. E isso revela algo maior: essas vagas não estão sendo abertas novamente. Elas estão sendo extintas.
O que está acontecendo não é apenas um ajuste de pessoal ou uma reação pontual à economia. É o início de uma transformação estrutural no mercado de trabalho, puxada por algoritmos de inteligência artificial que estão assumindo funções tradicionalmente humanas. A Microsoft é só um exemplo. Meta, Amazon, Google e outras gigantes seguem o mesmo caminho. A Meta cortou 5% de sua equipe no início do ano. A Amazon demitiu 14 mil gerentes — não operadores, não atendentes: gerentes.
Há uma lógica fria por trás disso. Os algoritmos não ficam doentes, não pedem aumento, não erram por cansaço. Eles aprendem, otimizam, e se tornam melhores com o tempo. O que era restrito a tarefas repetitivas agora chegou à estratégia, à criação, à gestão. A inteligência artificial não é mais um copiloto. Em muitos casos, está se tornando o piloto principal.
O ponto-chave dessa nova onda de cortes não é apenas a demissão, mas o fato de que grande parte dessas vagas não será reposta por humanos. Isso muda tudo. Porque estamos falando da extinção de empregos, e não da rotatividade comum de mercado. Vagas estão desaparecendo — e estão sendo absorvidas por códigos e redes neurais.
Esse é um alerta não apenas para profissionais que temem ser substituídos, mas para empresas, governos e instituições educacionais que ainda operam como se estivéssemos em 2015. A adaptação agora é cultural, técnica e urgente. Saber usar a IA já não é um diferencial — é uma exigência mínima de sobrevivência. Porque no novo mundo do trabalho, quem não souber trabalhar com algoritmos será cada vez mais descartável.
Satya Nadella, CEO da Microsoft, deu o recado: "a automação não elimina empregos. Ela elimina funções que não se adaptam. Os empregos se reinventam." Chegou a hora de olhar com prioridade para isso.