Farmácias no Brasil, EUA e China: Qual é a Estratégia Correta?
Esses 3 países vivem momentos distintos nesse mercado: seria isso parte de um ciclo evolutivo, onde cada país representa um estágio de transformação?
O mercado global de farmácias está mudando, mas não de maneira uniforme. Enquanto na China as farmácias de rua praticamente desapareceram, com pedidos sendo feitos por super apps, nos Estados Unidos grandes redes como CVS estão fechando milhares de lojas físicas.
No Brasil, por outro lado, vivemos uma explosão de novas farmácias, com centenas de inaugurações todos os anos. Essas realidades tão diferentes não precisam ser vistas como opostas, mas talvez como partes de um avanço cronológico.
E se estivermos olhando para fases diferentes de uma mesma evolução, onde o Brasil, os EUA e a China estão em estágios distintos de um ciclo de transformação?
Três Fases do Desenvolvimento
Se observarmos com atenção, o comportamento dos mercados farmacêuticos ao redor do mundo pode ser entendido como uma sequência de estágios:
Fase 1, Brasil: Expansão Física
A abertura de centenas de farmácias por ano no Brasil mostra que ainda estamos na fase de consolidação territorial. Aqui, farmácias físicas desempenham um papel essencial, especialmente em cidades menores, sendo pontos de conveniência e confiança para o consumidor. Esse estágio reflete uma etapa inicial de acesso, onde a presença física é crucial.Fase 2, EUA: Otimização e Consolidação
Nos Estados Unidos, o fechamento de lojas por redes como CVS não significa o fim das farmácias, mas uma adaptação para um mercado mais maduro. Com a digitalização ganhando força e o consumidor buscando conveniência, muitas lojas físicas se tornam desnecessárias ou redundantes. Esse estágio representa a transição para um modelo híbrido, onde o foco é integrar canais digitais e físicos.Fase 3, China: Digitalização Total
Na China, o mercado avançou para a completa digitalização. Super apps como WeChat e Meituan eliminam a necessidade de lojas físicas em grandes centros urbanos, enquanto entregas ultrarrápidas preenchem a lacuna de conveniência. Essa fase reflete um ecossistema onde a farmácia física se torna quase obsoleta, substituída por um modelo centrado na conveniência digital.
O Brasil Está Atrás ou Apenas em Outro Momento?
Não se trata de quem está "certo", mas de compreender onde cada mercado está em sua evolução. O Brasil pode estar vivendo hoje o que os EUA viveram há décadas: a fase de expansão física. E os EUA, por sua vez, podem estar na transição para um modelo mais digital, enquanto a China já avançou para o estágio final de digitalização total.
Se isso for verdade, a pergunta que devemos fazer é: quanto tempo levará para o Brasil avançar para os próximos estágios? Ou, mais importante: estamos nos preparando para eles?
O Que o Futuro Pode Reservar
A chave para o mercado brasileiro está em aprender com os erros e acertos dos outros. Assim como os EUA estão fechando lojas físicas em excesso, o Brasil pode evitar crescer sem planejamento.
Da mesma forma, ao observar a China, podemos antecipar a importância de integrar o digital às operações físicas antes que o consumidor demande isso de maneira abrupta.
A curto prazo, a expansão física continuará sendo essencial, mas a digitalização deve ser acelerada para não perder espaço quando a demanda mudar.
A médio prazo, o Brasil pode entrar na fase de otimização, com a necessidade de fechar ou transformar lojas físicas em hubs de serviços de saúde mais amplos.
A longo prazo, o mercado pode caminhar para uma digitalização semelhante à da China, onde a conveniência prevalece.
A Grande Reflexão
Se o mercado farmacêutico realmente segue um avanço cronológico, o Brasil está na fase inicial desse ciclo. No entanto, isso também significa que temos uma grande vantagem: podemos olhar para o que aconteceu em outros mercados e nos preparar para os próximos passos.
O desafio não está apenas em abrir farmácias, mas em construir um modelo que seja resiliente às transformações que já vemos no resto do mundo.
Afinal, o futuro das farmácias é mais do que físico ou digital. É uma jornada de evolução constante, onde quem se antecipa lidera — e quem fica parado, fica para trás.
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