Em tempos de hiperexposição, ser um gênio excêntrico não basta. É preciso também entender os limites entre influência e desgaste. Elon Musk talvez seja o maior exemplo vivo de como a reputação, antes um ativo valioso, pode se tornar um passivo — formal, inclusive. No mais recente relatório financeiro da Tesla, a empresa incluiu oficialmente o “risco Musk” como um fator relevante para os negócios. Em outras palavras: os atos, opiniões e decisões de seu CEO são vistos como uma ameaça real ao valor de mercado da companhia.
Não é exagero. A Tesla está perdendo parte do encanto. Alguns clientes, especialmente nos Estados Unidos e na Europa, têm substituído o logotipo da montadora por emblemas de outras marcas, como forma simbólica de se dissociar de Musk. O motivo não é a qualidade do carro, mas sim o incômodo com o posicionamento público do executivo — suas polêmicas nas redes sociais, suas falas sobre política internacional, sua aproximação com governos autoritários e, principalmente, o uso das empresas como plataforma pessoal.
A situação ganhou novos contornos nas últimas semanas. Diante de uma crescente pressão pública e acionária, Musk deu sinais de que pode reduzir seu envolvimento com questões de governo — um recuo que veio junto a rumores de que a Tesla já está buscando, discretamente, um novo CEO. Isso não significa que ele deixará a empresa, mas indica que até mesmo a Tesla entende que o modelo de liderança baseada na persona do fundador atingiu um ponto de inflexão.
A lição aqui é simples, mas poderosa: reputação é moeda. E como toda moeda, ela tem valor de mercado — pode se valorizar, mas também desvalorizar. Quando o impacto de uma figura pública ultrapassa os limites da inovação e passa a afetar a percepção da marca, os reflexos são diretos: queda de confiança, redução nas vendas e perda de valor acionário. A Tesla, que já foi sinônimo de inovação, agora luta para não se tornar refém do ego de seu criador.
Em um mundo em que marcas são mais do que produtos — são símbolos, narrativas e identidades —, a reputação precisa ser gerida com a mesma disciplina com que se gerenciam finanças. Musk é brilhante. Mas até os brilhantes precisam de limites. Ou o preço da reputação pode sair mais caro do que qualquer recall.
Tambem pouco se fala sobre o descarte ou logistica reversa das baterias de litio que sao extremamante danosas para o meio ambiente. A grande pergunta eh: Ate que ponto eh uma energia de fato mais limpa que os combustiveis fosseis?
Júlio,
Não há nenhuma discussão sobre segurança em relação a incêndio das baterias dos carros elétricos?
Em conversa com um bombeiro que treinou meu grupo para Brigada de Incêndio, ele disse que não há tecnologia para apagar o fogo das baterias de carros, ônibus etc.
Alguém está discutindo isso? Uma solução já existe? Nossa legislação proibiu os recarregadores em ambientes fechados em razão de diversos acidentes e uma legislação nova foi ou está sendo aprovada. Mas os carros continuam estacionados nas garagens fechadas.
Seria um bom problema para apresentar