RIP Devs, Fim do Diabetes, OpenAI em Abu Dhabi, IA do Walmart, Bilhões da Nvidia
Bom dia! Hoje é 19 de maio, segunda-feira. Chegamos a metade do mês de maio, na prática. Ainda temos duas semanas inteiras pela frente. Vamos lá!
RIP Devs?
A OpenAI acaba de apresentar a nova versão do Codex, seu modelo de IA voltado para programação — e o salto de capacidade é impressionante. Agora, aquela história de que “algoritmo faz algoritmo” foi elevada a outro nível.
O Codex é um modelo treinado para entender linguagem natural e gerar código automaticamente em diversas linguagens. Pense no GitHub Copilot, mas turbinado. Ele foi construído sobre o GPT e é capaz de escrever, corrigir, e até traduzir códigos.
A nova versão do Codex parece estar mais próxima de um verdadeiro dev assistente full-stack. Ele entende comandos complexos em linguagem natural e entrega resultados prontos para rodar.
Isso não é o fim dos devs. Mas é o fim de uma era onde escrever cada linha de código era essencial. Agora, pensar, estruturar e revisar serão as grandes habilidades. É a era dos engenheiros de prompts e arquitetos de sistemas com IA.
OpenAI em Abu Dhabi
A OpenAI acaba de anunciar um projeto monumental: a construção de um data center em Abu Dhabi que será maior que o Principado de Mônaco. A iniciativa prevê a criação de um campus com capacidade de 5 gigawatts.
Esse data center será 4 vezes maior do que aquele anunciado para o projeto Stargate, nos EUA. O novo complexo ocupará cerca de 26 quilômetros quadrados e exigirá uma infraestrutura de energia equivalente a cinco reatores nucleares.
Mais do que um avanço técnico, esse movimento revela a nova geopolítica da IA: ao escolher os Emirados Árabes como sede para um de seus centros globais, a OpenAI fortalece sua aliança com uma das regiões que mais investem em tecnologia de ponta.
A construção desse data center representa não apenas a corrida por poder computacional, mas também uma disputa por influência, controle e soberania digital em um mundo onde a IA será o principal ativo das próximas décadas.
O novo consumidor
O Walmart está se preparando para um novo tipo de consumidor: os agentes de compras baseados em IA. Esses agentes, como o Operator da OpenAI, são algoritmos capazes de realizar compras completas, sem intervenção humana.
O Walmart está desenvolvendo seus próprios agentes de compra. Esses bots não apenas executam tarefas simples, como reabastecer a cesta de supermercado semanal, mas também atendem a pedidos complexos, como organizar uma festa.
Essa mudança exige uma reavaliação das estratégias de marketing. Segundo líder de tecnologia do Walmart, a publicidade precisará evoluir para atrair não apenas consumidores humanos, mas também os algoritmos desses agentes virtuais.
Essa iniciativa do Walmart reflete uma transformação no varejo, onde a interação entre humanos e máquinas redefine a jornada de compra. Adaptar-se a essa nova realidade é essencial para manter a relevância no mercado.
US$ 15 bilhões anuais
O enorme data center da OpenAI, que eu citei acima, será construído com GPUs da Nvidia. Isso significa que a empresa americana de chips vai vender 500 mil GPUs por ano para os Emirados Árabes Unidos, já a partir de 2025.
Para colocar em perspectiva, essas 500 mil GPUs representam algo em torno de US$ 15 bilhões a US$ 20 bilhões de receita adicional. Seria como acoplar mais 25% de receita ao que a Nvidia já fatura por ano.
Estamos falando de uma das maiores iniciativas de IA da história fora dos Estados Unidos, com potencial para transformar o Oriente Médio em um novo epicentro da inteligência artificial global.
OpenAI, Nvidia e até mesmo o governo dos EUA vão ampliando sua influência global, apoiando-se nas iniciativas de IA. À medida que a China amplia sua zona de influência, os EUA também fazem seu esforço no âmbito da IA global.
China e Diabetes
Os chineses acabam de alcançar um feito histórico: reverteram a diabetes tipo 1 e tipo 2 em humanos usando terapia com células-tronco. Um avanço que desafia tudo o que sabíamos sobre doenças crônicas — e que ameaça um mercado bilionário.
Se a diabetes puder ser curada com uma única intervenção, estamos diante de uma mudança radical. Menos dependência de remédios, mais autonomia para pacientes, e um sistema de saúde focado em soluções definitivas, não em tratamentos eternos.
Mas nem todos enxergam isso como boas notícias. Apenas nos EUA, o mercado de insulina vale mais de 20 bilhões de dólares por ano. Um tratamento que elimina essa dependência pode mexer com estruturas econômicas e políticas.
É possível que o maior obstáculo à cura não seja mais a ciência — mas sim os interesses que prosperam na doença. Estamos prontos para um mundo onde curar é mais lucrativo que tratar?